CAPITULO TRES

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024 | | |

 Hoje é um daqueles grandes dias da minha vida onde eu consigo desfrutar com tenuidade o sabor inigualável da liberdade. Tem quem julgue que ser sozinho seja solitário, entretanto, eu sempre digo a mesma coisa: Existe uma grande diferença entre ser e se sentir sozinho.

Eu não conseguiria viver sem sentir essa adrenalina percorrendo minhas veias, talvez seja o efeito das substâncias, mas o que importa? Estou completamente alheio a todas as minhas sensações quando tenho o corpo de Shawn movendo-se desajeitado com o meu.

–Você sabe que eu não presto para dançar, né? – Digo alto o suficiente para Shawn poder me ouvir por cima da música.

—Bom, não é o que parece, meu bem, você está atraindo bastante olhares. —Sua resposta é acompanhada por um sorriso de pura diversão.

Eu quero retrucar, porém, quando Shawn segura minha mão e me gira eu consigo ter uma visão ampla do ambiente, mesmo eu odiando ter de concordar, ele está certo, existem mesmo vários olhares curiosos em nossa direção. Não deixo isso me incomodar, pelo contrário, aproveito que está começando uma nova música para puxar Shawn para o centro da pista.

Seguro em suas mãos e estico os braços, com um sorriso, Mendes agarra firmemente meus dedos e me segue. Seus olhos nos meus, dizem que juntos, nós iríamos para qualquer lugar do mundo. Nossos corpos sabem exatamente o que fazer, nós embalamos loucamente ao som escaldante que a banda toca.

De repente, quando a música atinge seu ápice, eu sinto o chão estremecer, as paredes parecem sacudirem quando sinto a voz de Shawn perto do meu ouvido sussurrar.

—Para adoçar sua noite e quem sabe... Te fazer amolecer esse coraçãozinho de pedra. —Quando estou prestes a argumentar, sinto-o empurrando um comprimido entre meus lábios, eu não tenho outra opção a não ser engoli-lo.

—Você está bem inspirado hoje, em. —Retruco já conseguindo sentir alguns vestígios começarem a se espalhar por minhas veias.

Eu ainda fico impressionado com a facilidade que Shawn consegue lidar com tudo, ele simplesmente não hesita, ele faz o que tem vontade e tudo bem, ele não se arrepende. Seu corpo volta a se movimentar junto com o meu, mas depois de alguns minutos eu estou implorando por uma bebida.

Eu estou me sentindo maravilhoso, feliz e relaxado, não consigo tirar um sorriso bobo do rosto quando começo a caminhar até o bar. Shawn decidiu ficar dançando mais um pouco, talvez seja porque um carinha de cabelos castanhos esteja agora surrando sua virilha contra sua bunda.

Antes de eu conseguir chegar no meu destino, eu me pego paralisado apenas contemplando o ambiente que é agradável, perco longos instantes enfeitiçado pela banda que toca com maestria, fiquei encantado pelas luzes que piscam e isso me faz rir, eu já não sei em que nível eu estou de embriaguez , mas me parece tão incrível essas luzes que tenho certeza de que tudo ficaria ainda melhor com uma bebida bem forte.

—Está perdida, gatinha? — Sinto um calafrio ao sentir um hálito forte batendo contra a minha nuca, me afastando consigo ver que um homem, bem mais velho, está me olhando descaradamente com malícia.

—Eu manteria uma distância segura se fosse você, imbecil. — Mesmo deixando claro meu desconforto o velho parece não ouvir e não entender minha real intenção, pois continua se aproximando de forma invasiva.

-Você sabe de uma coisa? Eu estava babando em você todo esse tempo enquanto se esfregava naquele rapazinho... Seus olhos fechados estavam implorando, como uma puta, para ser fodida, então vamos facilitar as coisas baby. —Suas mãos agarram meu quadril com possessividade, imediatamente espalmei minha mão em seu peito para empurrá-lo, mas devido ao alto teor de bebida e substâncias, eu me sinto relativamente mais vulnerável.

—Seu filho de uma puta, maldito! —Exclamei pisando com todas as minhas forças em seu pé, logo em seguida consegui tomar o controle e o empurrei com todas as minhas forças para longe, perdendo o equilíbrio, o sujeito caiu em cheio em cima do balcão do bar.

—Então você é do tipo que gosta de apanhar, bonequinha? — Eu não estava acreditando que ele ainda estava tendo a audácia de me dirigir a palavra.

Observei que rapidamente, ao nosso redor, se formou um pequeno aglomerado de curiosos, mas para minha alegria, não estava sendo o suficiente para chamar atenção de tantas pessoas.

—Se atreva a me chamar de bonequinha de novo? — Eu estou começando a ficar cego de raiva e adrenalina quando pulo sem a menor cerimônia em seu corpo e o atingi com o meu melhor golpe. —Me chame de bonequinha de novo, seu merda!

Eu ordeno, agora segurando fortemente seus cabelos. O sorriso de deboche que ele carrega nos lábios, mesmo estando sangrando, só faz aumentar minha fúria.

—Se você soubesse como o meu pau está excitado agora, bonequinha... —Novamente a sua voz é pecaminosa e o olhar malicioso é todo meu. Estou prestes a acertá-lo novamente quando me surpreendo vendo o corpo do velho caindo igual uma geleia diante de meus olhos.

Olho assustado para o lado esquerdo, de onde veio o golpe, assim como a pequena plateia faz, logo sinto minha boca ficar ainda mais seca com a figura que eu reconheço.

Louis, oh, não.

Ele está olhando assustado para o corpo caído no chão, sua mão esquerda está massageando com ansiedade seu punho direito, punho no qual ele acabou de usar para acertá-lo. Percebo a multidão se dispersando à medida que as coisas iam voltando ao normal.

—Você está bem? —Depois de alguns instantes de choque, Louis conseguiu me alcançar. Não respondi, apenas peguei a primeira bebida que vi e a virei de uma só vez. —Ele te machucou?

Após colocar meu copo novamente no balcão pedindo por mais uma dose, eu me permiti olhá-lo. Seus olhos estavam mais claros e abertos, ele estava visivelmente preocupado, seus dedos tremem e seus lábios são frequentemente umedecidos pela ponta de sua língua. Ele é uma linda pintura. Seu peito arfa quando se aproxima, mesmo eu não dando abertura nenhuma.

Seu olhar está intensamente cravando no meu, e por alguns instantes permanecemos assim. Incapaz de desviar meus olhos, eu sinto seus dedos afastando uma mecha de meu cabelo para colocá-lo atrás da minha orelha, maldita droga, eu estou completamente petrificado.

—Puta que me pariu, vou matar aquele desgraçado. —Dou um passo involuntariamente para mais perto de Louis quando vejo que o velho acordou.

Vejo na expressão de Louis o ódio devorando-o quando ele encara o sujeito, porém, lutando para controlar-se, ele apenas envolve seus braços ao redor da minha cintura e o deixo me levar até uma areia alvejada. Aqui tem árvores e vários banquinhos, logo reconheço como o fumódromo.

—Fique tranquilo, vou me certificar de que aquele filho da puta vá embora de uma vez por todas.

Maldiçoo a mim mesmo por não conseguir desviar os olhos quando Louis me dá as costas, o que me conforta é saber que estou sob efeito de drogas e que amanhã eu provavelmente não vou me lembrar de nada disso.

Quando eu o perco de vista, aproveito para acender meu cigarro, mesmo com a cabeça nas nuvens, eu sorrio ao lembrar-me de como ele me defendeu, ele não hesitou. Me sentindo um adolescente inexperiente, pego meu celular para mandar uma mensagem para Shawn, sou breve na mensagem e digo onde eu estou sem rodeios... conhecendo meu amigo eu sei muito bem que ele não vai me responder tão rápido, rio sozinho ao me lembrar de como ele estava mesmo se divertindo com o carinha, pelo pique que eu vi... eu provavelmente vou voltar sozinho para casa.

Estou completamente alheio quando dois rapazes se aproximam, os dois estão abraçados e estão sorrindo para mim. Guardo o meu celular e os encaro, eles se sentam do meu lado.

—Oi... A gente viu o que aconteceu lá dentro, você está bem? —O garoto de cabelos castanhos curtos foi o primeiro a perguntar, eles me parecem simpáticos e realmente preocupados.

—É uma merda, mas eu estou bem. —Me limito a responder. Quando um silêncio recai sobre nós eu trago com intensidade meu cigarro.

—Quando eu cheguei aqui, lembro-me que também sofri alguns abusos, principalmente por conta da minha religião. —Me vejo erguendo a sobrancelha quando quem fala agora é o garoto moreno que estava calado até então. Reparo que seus olhos são castanhos amendoados, seu cabelo é liso e sua barba é rala, com certeza ele é muito atraente.

—As pessoas estão cagando para você. — Sentenciei soltando a fumaça de meus pulmões. —Por isso prefiro mantê-las bem longe de mim.

—Faz tempo que mora aqui? —O garoto de cabelos castanhos pergunta, claramente puxando assunto e desviando o foco da conversa. Fico em alerta, é muito repentino essa aproximação e essas perguntas, isso não me agrada.

—O suficiente. Agora eu preciso encontrar um amigo. —Faço menção em levantar, mas para meu espanto sinto a mão suave do moreno contra a minha. —O que foi, cara?

—Por acaso seu amigo é o de cabelos ondulados que estava na pista dançando com um rapaz de cabelos castanhos antes de acontecer a confusão com você?

—Como você sabe? —Afastei sua mão da minha com precisão.

—Calma, o rapaz que estava dançando com o seu amigo é o Niall Horan. Ele trabalha na discoteca e também é nosso amigo. Quando ele viu uma oportunidade para aproximar-se só quis aproveitar, mas lhe garanto, ele é um amor de pessoa.

—Cristo... —Balbucio. — Shawn não consegue recusar um pau.

Os dois se entreolham antes de sorrirem juntos, ambos muito descontraídos. Eu não sei quantos minutos passam, mas quando eu percebo estou me sentindo terrivelmente solto e leve, eu consigo até me apresentar, me pego surpreso ao dizer um pouco mais sobre mim, isso jamais aconteceria se eu tivesse 100% são.

No entanto, eu me sinto maravilhado. É novo a sensação de não estar me sentindo carregado, triste e muito menos angustiado. A leveza que estou sentindo me traz paz.

Zayn, o garoto moreno, está terminando de bolar um cigarro de maconha quando percebo alguém se aproximando. Estou completamente distraído quando sinto um toque suave na curva do meu pescoço. Ao levantar meus olhos me arrepio ao deparar-me com Louis mais uma vez.

— Conhecendo essa cara eu sei que já veio nos expulsar! — Liam, o de cabelos curtos e cascalhos diz entre risadas. Fico momentaneamente confuso. Por outro lado, Louis sorri.

—Justo agora que a diversão estava prestes a começar. —Zayn piscou para mim e, depois de um longo trago, me passou o baseado.

—Na verdade, eu vim participar da diversão, eu só preciso de mais alguns minutos.

Seu olhar intenso está cravado em mim. Demorei alguns segundos para entender que Liam e Zayn são amigos de Louis e, depois de alguns instantes, eu percebo que Louis está vestido com um elegante smoking, igual aos funcionários da discoteca. As peças finalmente começam a se encaixar, logo eu concluo o que está acontecendo aqui...com um pulo eu imediatamente afastei sua mão de meu ombro.

Mesmo com os pensamentos embaralhados eu tenho consciência de que preciso me afastar. Sem olhar para trás, começo a caminhar para fora do estabelecimento. Ouço alguém me chamar, entretanto, não me atrevo a olhar.

Procuro Shawn desesperadamente, quando eu o alcanço, ele está encostado no balcão do bar com as bochechas coradas e com um sorriso descarado no rosto.

Procuro Shawn desesperadamente, quando eu o alcanço, ele está encostado no balcão do bar com as bochechas coradas e com um sorriso descarado no rosto

—Hora de ir embora, mocinho. — Digo pegando-o pelo ombro, mas Shawn não se move. —Vamos lá, não dificulte.

—Harry? Eu conheci um cara incrível! —Ele sorri tão verdadeiramente que isso também me faz sorrir. —Eu vou esperá-lo para...

—Esperar porra nenhuma, vamos embora agora mesmo.—Não o deixou terminar a frase, tirei o copo que estava em sua mão e comecei a conduzi-lo para fora. Mesmo reclamando, ele me obedece.

—Você vai me levar para casa? —Shawn apoia o corpo na lateral do meu quando chegamos na calçada, envolvo meus braços em sua cintura afastando sua franja que cai em seus olhos. —Você nunca quer ir para casa.

—Não fala assim...

Sinto a dor em sua voz, isso aperta meu coração, mas não deixo que ele perceba como eu vacilo com suas palavras. De repente, Shawn começa a gargalhar contra meu peito, me pergunto o que mais esse garoto usou essa noite, a euforia corre por suas veias, tenho a leve impressão de que ele pode vomitar a qualquer momento.

—Ei, espere... —Paro de andar quando ouço alguém nos chamando, ao me virar vejo alguns rostos conhecidos.

Eu não quero ter que lidar com isso agora, estou exausto e daqui algumas horas eu preciso trabalhar, então simplesmente ignoro e volto seguir meu caminho. Eu sempre soube que beber durante a semana era uma péssima ideia, eu começo a prometer a mim mesmo nunca mais ceder às chantagens de Shawn, estou completamente fodido.

                                           Louis POV

Jerry nos expulsou do depósito minutos depois que o movimento cresceu, ele não faria o trabalho duro sozinho, de jeito nenhum.

O balcão do bar estava transbordando quando cheguei, de modo que os próximos instantes eu gastei unicamente para preparar drinks. Mal tive tempo de observar o movimento, ou apreciar a banda, toda a minha atenção estava naqueles malditos coquetéis. Alguns engraçadinhos tinham a audácia de irem até o bar só para me cortejar com uma cantada nojenta, geralmente, esses, eu sacaneia colocando purgante ou pimenta em suas bebidas, eu confesso que já tive alguns problemas com isso.

Quando o fluxo está intenso é normal rolar uma briga, uma discussão ou um bate-boca, portanto, quando ouço murmurinhos atrás de mim, não dou muita importância., apenas continuo preparando a bebida naturalmente. Quando termino, dou um pulo de susto quando vejo um corpo se choca com agressividade contra o balcão. Coloco as bebidas diante do cliente quando reconheço quem está envolvido na discussão.

Meu corpo age por conta própria, logo eu me vejo rodeando o balcão e meus punhos estão fechados, pronto para atacar, estou cego e enlouquecido com o que eu vejo. E tudo acontece rápido demais e, quando menos espero, eu estou socando um homem em cheio. Afasto-me surpreso por minha atitude. Fico alguns instantes em choque tentando me recompor quando finalmente consigo me mover começo a ir até ele.

Harry.

Ele não diz uma palavra, mas me deixa acalmá-lo e até me deixa guiá-lo para uma areia mais tranquila. Quando me certifico que ele está bem, eu o deixo sozinho, mas antes eu sou rápido em achar Liam e Zayn que, minutos antes, me avisaram que estariam aqui.

—Oi, irmão. —Estou ofegante quando os encontrei na pista. —Você pode me fazer um favorzinho?

—O que eu não faço por você, Tommo? —Liam estreita os olhos se pendurando no pescoço do namorado, dou uma risada.

Rapidamente lhe conto o que aconteceu, conto que Harry está aqui e se eles poderiam fazer companhia até eu poder terminar o meu turno para encontrá-lo, rapidamente eles topam... Neste mesmo instante percebemos Niall passando bem coladinho com um rapaz, o garoto é mais alto do que ele, de cabelos maiores e ondulados. Troquei um olhar divertido com Liam e Zayn.

—Esse realmente não perde tempo, puta que me pariu. — Digo gargalhando com os meus amigos.

Eu não sei dizer em que momento da noite eu consegui me concentrar no trabalho, talvez o movimento tenha ajudado no processo, mas tenho que dizer que minha mente e meu coração estava o tempo todo com Harry.

Eu não sei dizer em que momento da noite eu consegui me concentrar no trabalho, talvez o movimento tenha ajudado no processo, mas tenho que dizer que minha mente e meu coração estava o tempo todo com Harry

Quando finalmente meu turno acabou, eu saí em disparada, ansioso para vê-lo e estar com ele. No entanto, quando o vejo se afastando, sinto meu coração se apertar, lá estava Harry indo embora novamente. Eu contei os minutos para terminar meu expediente para poder encontrá-lo, fiquei surpreso de vê-lo aqui, eu não estava esperando por isso, não posso deixá-lo ir. Niall também parece agitado, porque ao lado de Harry, está Shawn Mendes, o garoto que ele dançou esta noite.

— Eu não sei você, Tomlinson, mas eu não vou perder minha oportunidade de conhecer aquela divindade.

—Com o Harry não é a mesma coisa, Niall. —Sussurrei baixinho, sentindo meu peito sumir a cada passo que Harry dava para longe.

—Está na hora de você deixar de supor tanto e começar a tirar suas próprias conclusões sobre o Harry. —Liam apertou carinhosamente meu ombro antes de prosseguir: — Harry é um garoto muito divertido e descontraído, ele nos fez rir em diversos momentos esta noite, ele provavelmente só deve estar com medo, o que é natural, mas eu aposto que se você der uma chance, ele vai acabar cedendo.

Fico calado apenas observando Niall se aproximar dos garotos, fico de cara como Horan consegue ser descarado. Ele e Harry estão tendo uma breve discussão, dá para perceber que Harry não está disposto a deixá-lo acompanhá-lo, ele faz questão de mantê-lo afastado do corpo do amigo. Sorrio com o instinto protetor que Harry tem, vejo como ele protege com maestria quem ele ama, mas não demora muito para ele acabar relaxando quando seu amigo sussurra algo em seu ouvido que o faz revirar os olhos e sorrir com malícia.

Ainda olhando seriamente para Niall, Harry vocifera diversas palavras, pelo seu semblante vejo como ele fala sério, Niall apenas concorda e abraça o ondulado firmemente. Harry suspira e fica alguns instantes observando os dois indo embora.

—Niall foi mesmo... —Começo a dizer, mas quando olho para o lado vejo que estou completamente sozinho, Liam e Zayn foram embora.

Maldição! É madrugada, eu preciso ir embora, mas Harry ainda continua observando o amigo, talvez preocupado.

—Não se preocupe, Niall é de confiança. —O corpo de Harry estremece com a minha presença repentina.

—Eu o mato se ele fizer qualquer coisa. —Sua voz é fria e rouca.

—Não vai precisar matar ninguém, garanto. —Sorrio de sua expressão destemida.

—Bom, eu tenho que ir para casa. —Harry murmura forçando um sorriso, segurei seu pulso delicadamente antes dele partir, seus olhos verdes, iluminados apenas por uma flecha de luz, me olha intensamente.

—Eu posso te acompanhar? —Pergunto.

—Você é sempre insistente assim? Ou só gosta de bancar o cara "bonzinho"? —Tem ironia em seu tom, Harry revira os olhos se soltando do meu toque.

—Seria mais fácil responder se eu soubesse pelo menos o seu nome. — Retruco com um sorriso, se ele soubesse o tanto que eu ando investigando sobre si...

—Você é mesmo insistente! —Ele sentencia com um olhar intimidador. — Se eu lhe disser vai me deixar em paz?

—Podemos negociar. —Solto uma risada genuína de sua expressão adorável.

—Então não temos um acordo.

—Qual é!? —Apresso meus passos para alcançá-lo, quando consigo acompanhar, prossigo: —É tão ruim assim me dizer seu nome?

—Eu não gosto de joguinhos, Louis. —Ele interrompe sua caminhada para cravar seu olhar intenso sobre mim, quase engasgo quando ouço meu nome saindo de seus lábios pela primeira vez.

—Se você me disser seu nome e me deixar levá-lo para casa... —Começo a propor, mas me calo assim que sua gargalhada de deboche explode.

—Meu nome é Harry Styles, ok? É melhor você se contentar apenas com essa informação, porque vai ser a única que você vai conseguir arrancar de mim. —Seu dedo está apontado diretamente para o meu peito, eu posso sentir a raiva crescendo no seu interior à medida que seus olhos cravaram o meu. Seu peito sobe e desce acelerado, seu maxilar está travado e seu punho cerrado, ele está pronto para atacar a qualquer momento.

Por alguns segundos eu me esqueço como se respira, é lindo apreciá-lo tão de perto. A lua o deixa ainda mais brilhante e perfeito, eu quase ergo meus dedos para acariciá-lo, mas eu sei que devo me conter, com Harry as coisas são diferentes, vai ser tudo no tempo dele, não no meu.

Apenas lhe dou o meu sorriso mais sincero; de felicidade e gratidão. Estou radiante por ele ter dado um pequeno passo essa madrugada. De forma lenta, sem assustá-lo, aproximo meus lábios de sua bochecha, deixo em sua pele um beijo longo e molhado, mas recheado de amor e carinho.

—Harry, é o nome do meu anjo da guarda... — Subo os lábios pela lateral de seu rosto delicadamente e sussurrando em sua orelha digo:— Vou pedir aos céus para sonhar com ele esta noite.

Ao me afastar percebo o corpo de Harry estremecendo. Lhe dou mais um sorriso antes de deixá-lo seguir sozinho, mas fico atento até vê-lo entrar em segurança na universidade, mesmo ele não ousando olhar para trás, sinto que ele sente meus olhos o seguindo. Acabo de constatar outro fato: Eu jamais o deixaria voltar sozinho.

###########

N/A:

Oii:) Este cap demorou um pouquinho porque eu - literalmente- escrevi ele duas vezes. kk Fiquei feliz que ficou grandinho, então compensou a espera <3 O próximo já vou começar hoje mesmo, para postar o quanto antes. Muito, muito grata aos comentários, de coração, isso me da um puta incentivo :') Não vejo a hora de voltar com mais um capitulo, bjos até logo <3

Nenhum comentário:

Postar um comentário