Change Memories - Capitulo 25

terça-feira, 14 de janeiro de 2014 | | |
-O tempo não para, ele jamais pararia para ela.

SeuNome P.O.V'S

Eu podia ouvir a voz de Brad no fundo do meu inconsciente, ele me dizia sem intervalos que eu precisava fugir, que eu precisava de alguma maneira escapar, eu tentava compreender o que as suas palavras significavam, mas não conseguia por nada em ordem na minha cabeça é como se meu cérebro estivesse completamente bloqueado. Comecei a me sentir desesperada , tentei mover as minhas pernas mas elas não me obedeciam, tentei dizer alguma coisa mas minha garganta estava ardendo e meus olhos pesados, carregados e molhados. Eu pedi para ele se calar sem emitir som nenhum, ele parecia não me entender, sua voz não era mais como antes, agora ele parecia chorar, e depois ele desapareceu em fumaça no chão, eu levantei meu olhar fraco para a direção da colina que havia atrás de Brad, vi Zac! Seus olhos eram fixos em mim, ele me olhava de uma maneira assassina, em seus braços ele segurava a Miranda logo atrás dele vi uma garota, ela tinha pernas cumpridas os cabelos parecidos com os meus, ela parecia um pouco velha, tinha algumas rugas perto dos olhos, ela colocou a mão no ombro do Zac e começou a caminhar na minha direção, eu encolhi o meu corpo e ao meu lado só tinha um grande rio, e atrás mato, muito mato. Mas uma tentativa.. mas uma tentativa falha, ninguém me ouvia, ninguém me via, ninguém poderia me salvar.

Zac: Você não tem para onde ir - sua voz estava começando a ficar perto demais, eu dei um passo para trás, logo senti a levação de galhos atrás de mim, se eu correr certamente irei me perder, para sempre- Você não tem mais escolhas. 
Eu: Deixa ela fora disso - conseguir dizer, minha voz saiu como se eu tivesse perdido minhas cordas vocais e depois de encontra-las eu tivesse colocado-as de volta.
Zac: Menina tola. 

Ele rangeu os dentes chegando perto, eu já podia ver o rosto da Miranda desacordada em seus braços, ela estava terrivelmente pálida, seus lábios escuros e seus olhos fechados com força, queria puxa-la e tira-la dos braços dele, mas isso seria mais um pedido de morte do que uma tentativa sensata. Então fiz a minha maior escolha: Fiquei parada a sua frente imóvel incapaz de dar um passo para frente. Zac sorriu ao perceber que não iria sair correndo como ele imaginará  fazendo mas já mulher ao seu lado pareceu não se agradar muito da ideia, talvez ela queria me ver fugindo como uma fracassada e depois rir de mim por trás, me chamando de arregona em um coro estúpido, cantando vitória enquanto dançava com a minha irmã em seus braços. Obviamente isso à assustou. Zac contraiu os lábios quando eu levantei a minha mão na direção do rosto da Miranda, eu passei meus dedos de leve em sua bochecha, ela não se mexeu, ela não se moveu. Eu prendi a minha respiração quando levantei a sua mão que estava balançando no vento parecendo um papel de tão leve, eu puxei o seu pulso para o alto,  seus dedos estavam frios, o seu corpo por inteiro parecia uma pedra de gelo, comecei a senti o chão se abrir de baixo de mim, queria ser esmagada por uma pedra, ou então puxar a arma da cintura daquela mulher e atirar, mas para que direção? Os pulsos dela não me respondia, o seu pulmão estava congelado e seu coração partido. Sua pulsação não passava de pedras de gelo congeladas por dentro, eu levantei o meu olhar para o Zac, ele me olhava tão fixo que poderia ver o meu desespero em cada traço do meu rosto. Senti minhas lagrimas tomarem conta de mim, fui para a direção do rio do meu lado, como imaginei a mulher assobiou cantando a minha derrota, eu cai de joelhos perto da terra, amassei minhas mãos entre a terra, minhas lágrimas fizeram a minha visão se embaçar, por um segundo eu juro que vi o Brad novamente e depois? Ele desapareceu assim como tudo pareceu cair em cima de mim.  Se você conseguir me sentir então me mostre que você é capaz. No mesmo momento que terminei de fechar meus olhos senti como se meu corpo fosse levemente sacudindo, eu não queria abrir meus olhos por nada, você pode estar me achando uma pessoa medrosa, ache! você pode estar certo, embora eu nunca irei confirmar a sua afirmação. 

-Hey SeuNome- alguém sussurrou, eu apertei a minha mão com força na terra, mas notei que ela não parecia como antes, era como um tecido, um tecido fino e úmido, então eu respirei fundo e frouxei meus dedos- Consegue me sentir? 
Eu: Eu.. consigo -minha voz saiu engasgada, novamente.
-Ótimo, muito bom - de repente a sua voz ficou distante novamente, voltei a  apertar a terra mas não era terra, era um elevação diferente, que tipo de elevação? - Vamos sair daqui, está bem?
Eu: Não- eu disse um pouco alto - Eles estão bem atrás de nós, não podemos sair daqui.
- O que ela está dizendo, Harry? -ouvi uma voz de longe, era um tanto áspera, soou um tanto familiar para mim. 
-Eu não sei Stefany, ela ficou muito tempo desacordada -ele a respondeu. Tinha dois nomes em mente; Harry e Stefany. Poderia ser Zac e a mulher. Não consigo assimilar. 
-Escute SeuNome - ouvi outra voz, estava confusa, não conseguia abrir os olhos e muito menos ver rostos- Você tem que se lembrar, o que você sonhou esse tempo todo?- Esse tempo todo, a quanto tempo eu não abro os olhos? três, quatro, cinco dias? Estava aterrorizada por dentro. 
Eu: Miranda, um cara alto, mulher de rugas, Brad implorando para eu fugir, lago, mato, floresta, terra, coluna - eu parei de falar balancei a cabeça- Eu não consigo abrir meus olhos. 
-Hei - senti uma mão por baixo do meu queixo, meu rosto lentamente se levantou, eu soltei minhas mãos da terra, ou não! do pano. Pude sentir uma respiração muito próxima da minha e depois senti algo tocar na minha boca, era quente e macio, como um beijo, um leve beijo, eu não consegui fazer movimentos, então não conseguia responde-lo. Depois, senti uma mão quente perto dos meus olhos, respirei fundo e consegui abri-los com calma, me deparei com um par de olhos verdes me fitando- Você se sente melhor?
Eu: Uhum - eu concordei e abracei aquele garoto a minha frente- Senti a sua falta Harry -ele relaxou o corpo nos meus braços, eu consegui ver a Stefany de costas olhando para uma minuscula janela, ela parecia estudar o local com os olhos , um pouco depois o Louis sentado olhando para os próprios pés- Quanto tempo fiquei apagada?
Harry: Três dias, você desmaiou.. eu pensei que iria morrer, você não acordava, fiquei praticamente sem cabelos. 
Stefany: O cara quase capotou junto -ela disse ainda de costas, eu pausei a minha mão na testa senti ela quente. 
Eu: Desculpem, eu queria ser um pouco mais forte. 
Louis: Tudo bem, estamos aqui mesmo. Já somos forte por isso. 
Harry: Na verdade eu me sinto horrível. 
Eu: Já descobriram quem esta fazendo tudo isso? 
Louis: Até agora todos usaram máscaras, nenhuma pista, nada - ele suspirou frustrado- Estou com saudade da minha vida, sabe? aquela vida que eu levava antes de você inventar de colar aquelas merda na parede - ele disse olhando para a Stefany que tinha acabado de se virar para ele. 
Stefany: Se você fosse inteligente o bastante para saber fechar um arquivo em um computador talvez não estaríamos aqui hoje. 
Harry: Querem parar? 
Louis: Eu estava tentando ajudar você Stefany -ele ignorou o Harry olhando para ela indignado.
Stefany: Por favor, Louis. 
Louis: Você não pode simplesmente me agradecer por isso? 
Stefany: Obrigada. 
Louis: Obrigado. 

Dei uma rápida varrida no local, tinha algumas cadeiras velhas espalhados pelo local, tinhas alguns pedaços de madeiras estraçalho por todo a região, bem brevemente me lembrei de alguma coisa coligindo no chão com força, depois alguns gemidos de dor. Olhei para cima e tinha uma pequena janela a mesma que a Stefany estava de frente, era cercada por um vidro fino, eu não sabia se era tão resistente como aparentava. Logo abaixo uma porta, uma porta de ferro amassada, depois um armário com as portas abertas com várias chaves balançando, mais a frente um sofá e do lado de baixo um colchão, tinha alguns copos na beirada, pratos, e também um litro de água, automaticamente senti minha garganta ficar seca, me levantei da beirada de uma cadeira e fui na direção da garrafa, coloquei um pouco daquela água num copo logo ao lado, Harry me olhava de longe, seus cabelos estavam revirados, ele estava com alguns sinais que não havia dormido por três noites assim como a Ste e o Lou. Eu terminei de beber água, voltei até eles fiquei com os braços unidos para controlar o vento frio que sempre estava nos cercando. Queria muito saber o que aconteceu nesses três dias sem sentir o mundo, eu estava com a cabeça cheia, não consegui dizer para eles  tudo, tudo que eu queria dizer, porque simplesmente estava com muita dor. Mas me lembro bem de como vi o Brad na recepção conversando com uma mulher, me lembro do Zac a minha frente e da mensagem da J.M, depois me lembro que eu desci até o hall troquei algumas palavras com o Brad, mas não estou conseguindo me lembrar delas agora. Harry envolveu os braços por trás dos meus ombros, eu olhei para ele com os olhos pequenos. 

Eu: Estou bem, eu prometo! você precisa dormir um pouco, você está muito pálido- eu passei minha mão na lateral de seu rosto- Eu não quero te ver assim. 
Harry:Não, tudo bem. - ele respondeu baixinho - Como se sente depois de três dias desacordada?
Eu: Vazia, sabe? completamente vazia- ele se levantou um pouco para me olhar.
Harry: Não se sinta assim. 
Eu: O.k. - eu concordei, mas logo me senti culpada. 

Encostei a minha cabeça em seu ombro notei que ele estava bem melhor, respirei com mais alivio depois disso. Ouvi alguns passos do outro lado da parede, como se alguém estivesse andando com uma botina de chumbo, algo assim. Os passos se apressaram ,eu não levantei a minha cabeça do ombro do Harry, a Stefany e o Louis pararam de falarem alguma coisa, olhamos sem temer para a porta de ferro, eu esperava por alguém de preto, ou com alguma coisa relacionado a mascara, mas não! ao contrario do que pense era simplesmente um cara ele tinha um corpo magro, segurava nas mãos um pano um tanto grande e volumosos, ele atravessou para dentro depois de ter aberto a porta, caminhou até o sofá deixou o pano carregado em cima do mesmo, depois voltou a olhar para o chão, ele deu alguns passos para a porta, antes ele levantou o rosto para a minha direção. Eu rapidamente engoli em seco, pensei em correr na direção dele, mas Harry me impediu disso colocando o seu braço a minha frente, ele estreitou os olhos para a janela acima de sua cabeça, eu segui seu olhar, dava para ver um pouco do sol agora. Ouvimos um passo apressados ao longe, ele me olhou pela última vez e me deu as costas, eu não queria acreditar no que estava vendo, porém não podia deixar de acreditar, esse tempo todo eu defendi um garoto que queria meu mal, que realmente agora vejo que estava jogando comigo, depois que ele saiu eu me levantei, comecei a andar pelo quarto de um lado para o outro. 

Stefany: O que tem aí dentro? - ela se virou na direção do sofá, foi direto para o pano carregado, eu comecei a passar a mão no meu rosto porque ele estava muito quente eu não conseguia entender o motivo.
Louis: De qualquer maneira agora sabemos quem está por trás. 
Eu: Não pode ser. 
Harry: Sim, pode ser. 
Stefany: Nossa! são roupas novas. Espera - ela levantou uma blusa, não! quero dizer uma peça intima, melhor dizendo um sutiã mais parecido com um tampa mamilo para ser exata- Tem seu nome escrito em baixo SeuNome -ela se virou para mim- Calma -ela virou novamente aquele pano para a sua direção, logo em baixo havia um papel colado, a Stefany desgrudou da peça e leu logo em seguida- Sem alças extravagantes, eu acho que alguém irá ficar animada para roubar o meu ponto hoje a noite, não é? ficarei de fora dessa. -dessa vez vadias- Logo do lado você verá mais destas, vista-se! E corra de pressa. -ela parou de ler, assim que eu me aproximei, peguei aquele papel inútil e terminei de lê-lo. 
Eu: Quando as batidas soarem, se apressem, espero por vocês em breve. Tem alguns acessórios logo na caixa, usem todos eles e se maquiem, um aviso: prostitutas cuidadas ganham mais esmolas, acreditem em mim - eu pausei - Ela quer dar o troco. 
Stefany: Eu nunca irei vestir isso, olhem. 

Ela levantou várias peças como aquela, eu não conseguia chamar aquilo de calcinha e muito menos de lingerie, eram todas iguais, parecia panos recortados, desfiados. Meu estômago deu uma leve virada, eu voltei até a cadeira, me desabei dela, enterrei o meu rosto nas minhas mãos abertas pronta para chorar, queria pensar em algo que fizesse sentido, mas tudo fugia de pressa. Ouvi o Louis lendo mais outro papel, era algo que eu não consegui entender, eles estavam distante novamente, pensei que iria desmaiar , mas me esforcei para não cometer isso, tenho medo do que eu posso sonhar se eu fechar meus olhos  novamente. Me levantei e segui até uma minuscula porta que eles chamaram de banheiro, empurrei aquela porta de madeira, tinha uma pia suja e uma privada, estava com bexiga apertada, fiquei com nojo de tudo mas eu não tinha outra escolha, fiz um breve xixi evitando contato com o vaso. Depois fui até a pia, hesitei um pouco mas acabei ligando ela, a água estava de uma cor diferente, eu molhei meus dedos de leve passei no meu rosto , isso era tudo que me fazia me sentir um pouco tranquila. Fui para trás quando levantei o meu olhar para o espelho acima de mim, eu não tinha me visto desde então, eu não me reconhecida. Meus cabelos estavam parecendo um ninho de rato, meus olhos borrados logo abaixo das pálpebras, minha pele parecendo um borram branco sem vida, eu desviei o meu olhar para a lateral da pia, avistei uma tesoura, segurei a mesma na mão e voltei a me olhar, puxei uma mecha do meu cabelo para frente, fechei meus olhos e deslizei a tesoura bem no meio. A mecha caiu inteira na pia, puxei outra na parte da minha franja e cortei ela sem hesitar. Comecei a acelerar o processo até o meu cabelo estar um pouco acima dos meus ombros, peguei meu cabelo nas mãos como se fosse a terra da beirada do rio, eu fui soltando aos poucos. 

Eu: Eu vou te salvar, Miranda! eu juro, eu vou. Eu vou concertar meus erros - passei minhas mãos nos meus cabelos, alguns fio saíram na minha palma, tentei ignorar- Eu vou entrar no jogo dela. 
-É um caminho sem volta - ouvi isso na voz de alguém, era mais alguma coisa da minha cabeça, como eu vi o Brad, uma ilusão.
Eu: Eu não me importo. Agora me deixe em paz. 

Eu caminhei cambaleando até a área do chuveiro, liguei o mesmo. A água estava terrivelmente gelada, sem pensar muito eu tirei o fiapo de roupa que estava cobrindo o meu corpo e me joguei com tudo lá dentro. Soltei um gemido muito alto, ouvi alguém bater na porta, e logo em seguida ouvi ela se arrastando, pela voz deduzi que era o Harry, eu corri para o canto daquela parede, encolhi meus braços abaixei meus olhos para meus pés magros sendo terrivelmente congelados por aquela água fria. Eu estava completamente nua e a minha frente está o garoto que sempre disse que me ama, será que me amaria depois de souber da minha decisão? Pressenti que o Louis e a Stefany devem estarem ao lado dele  me olhando chocados, mas não! Harry imediatamente fechou a porta e gritou que estava tudo certo. Eu comecei a chorar encolhida em um canto, ele correu na minha direção sem se importar com a água, me abraçou e começou a me balançar, meu corpo estava tão fraco que eu pensei que poderia escorrer com muita facilidade para o ralo assim como água. Ele me chocoalhou e deduziu que atitude eu tinha escolhido, abaixou a cabeça e me beijou no pescoço de leve, tirou alguns fios de cabelo dos meus ombros, e voltou a me abraçar, me apertando com força, muito mais força do que o normal, deduzi que isso o machucou, machucou de uma maneira que eu jamais pensaria antes, ele está ferido, estamos feridos! mas eu preciso tomar uma atitude, e essa é a minha escolha. 

Eu posso me arrepender, mas me arrependerei sabendo que lutei até o fim. Eu sinto muito.

CONTINUA..

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