CAPITULO SEIS

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024 | | |

 É perspicaz a nitidez de como Harry está entregue às minhas carícias e aos meus beijos. Sinto seu corpo inteiro incendiar-se conforme vou deslizando minha língua sobre a sua e minhas mãos sobre sua pele. Todo o meu corpo está dando sinais claros de como estou satisfeito com a sua entrega, principalmente meus toques que vão ficando cada vez mais possessivos e urgentes.

Precisando de mais contato, Harry me surpreendeu ao fixar suas mãos firmemente em minha cintura, ele agarrou-me com tamanha força, que por um momento, temi que o seu próprio moletom pudesse ser rasgado. Com uma certa timidez adorável, seus lábios deslizaram dos meus apenas para seus olhos me encontrarem.

Eu nunca vou ser capaz de descrever a imensidão que é enxergá-lo por inteiro e, muito menos, ser capaz de dizer o quanto é maravilhoso vê-lo além de suas defesas e armaduras. É apaixonante senti-lo completamente, é arrebatador demais e de longe a experiência mais íntima que eu já tive.

Seus olhos continuam sondando-me e os vejo nublados por uma nuvem de desejo e hesitação, quase implorando-me, silenciosamente, para eu tomá-lo em meus braços e nunca mais soltá-lo. Eu também não posso deixar de notar que há ansiedade e muita luxúria no seu semblante.

Eu quero eternizar esse momento para sempre, eu quero lembrar-me, detalhadamente, do barulho da chuva e de como suas bochechas estão coradas e seus olhos mais claros, eu quero memorizar cada detalhe para que mais tarde, na minha solitude, eu ainda permaneça sendo aquecido por essa chama que arde com abundância minhas veias. Eu quero prolongar nossos momentos juntos para que, quando Harry afastar-me, eu ainda permaneça com o que ficar, além da minha melancolia.

—Louis, por favor— A súplica que Harry deixou escapar, chegou em meus ouvidos da forma mais quente e sedutora possível. — Não deveríamos...

—Está tudo bem, babe— Sentindo sua total rendição, não hesito em puxá-lo para que fique de pé diante de meu peito, estou sorrindo feito um louco por Harry ter vindo tão prontamente. Aproveitando que estamos tão pertinho, eu envolvo meus braços de forma protetora em sua cintura e sou surpreendido quando Harry é rápido em pressionar o seu corpo contra o meu no balcão da pia.

—Eu tenho medo, porque você é bom demais pra ser verdade. —A confissão de Harry saiu de forma natural e suave, embora ele esteja lutando bravamente para manter-se instável.

—Não precisa ter medo, anjo. —Delicadamente, afastei uma mecha de seu cabelo que insistia em esconder seus olhos. —Eu estou aqui e não pretendo ir a lugar algum.

—Ah, Louis, o que você está fazendo comigo? — Harry murmurou, soltando um grande suspiro de exaustão, como se ele estivesse acabado de retornar de uma grande batalha. Alguns minutos em silêncio se passaram antes dele se render e, docemente, afundar o rosto na curva do meu pescoço. — Eu sei que você tem milhões de perguntas...

—Shhh, não precisamos falar sobre isso agora. —Apresso em fazer um carinho sutil em sua nuca, tentando dizer, silenciosamente, que está tudo bem. —Você precisa de repouso, seu tornozelo ainda está bastante inchado.

A chuva começa a ceder um pouquinho e aos poucos tudo que conseguimos escutar é algumas gotas escorrendo pela calha. O som tranquilizador, faz os pelinhos de Harry contrair-se, ele tenta disfarçar o quanto está arrepiado, mas sua feição o entrega completamente. Eu também estou nervoso e apavorado, para ser honesto, eu nunca estive tão perto de alguém como estou agora.

—Fica comigo essa noite? —O pedido de Harry saiu de uma forma tão afável, que durante alguns minutos pego-me pensando como posso respondê-lo. Como dizer que eu não ficaria somente essa noite, mas sim todas as outras que me pedisse?

—Será um grande prazer, babe. — Meu coração se derrete com o sorriso verdadeiro que ele me dá. Agradeço mentalmente por hoje ser minha folga, eu nunca me perdoaria se precisasse desperdiçar qualquer oportunidade de dormir com Harry.

Um silêncio confortável recai sobre nós, ele só é quebrado quando escutamos um barulho irritante arranhando o assolado da porta. Instantes depois, todo o ambiente é preenchido por um latido rouco e impaciente.

—Neve! — Harry exclamou com tanta surpresa que mesmo com dor ele é ágil em desviar do meu corpo e ir apressado até a porta para abri-la.

Pouco tempo depois um enorme cachorro pula apressadamente em seu colo, tão branco como o próprio nome diz, manchado apenas por algumas pintinhas marrons, bem em volta do olhinho esquerdo. Harry cambaleou para trás com o impacto e, se não fosse por mim, ele estaria agora mesmo estirado no chão. Seu riso se espalha com graça por toda a cabana, tão alto e lindo, que morro de vontade de gravar para ouvir mais tarde, mas apenas me contento em memorizá-lo da melhor forma que consigo.

—Oh, menina! Você está toda molhada. —Enquanto tentava acalmar a Neve, que parecia eufórica demais em vê-lo, eu percebi como Harry estava trocando o peso de suas pernas desconfortavelmente, deixando nítido a sua dor. —Você precisa se aquecer, meu amor. Louis, pegue uma manta para mim, por favor.

Depois de acalmá-la, Harry colocou-se de joelho para acariciar o animalzinho, a Neve, ao receber o carinho, logo tratou de deita-se preguiçosamente, ela lambia tanta a mão de Harry, que ele mal conseguia movimentá-las. Quando a Neve deitou de costas, percebi uma leve saliência em sua barriga, notei também como suas mamas estavam inchadas, seus pelos estavam tão sedosos, mesmo molhados, dava para perceber como ela estava radiante.

—Ela está prenha. —Harry responde-me, adivinhando minha pergunta silenciosamente, ele está sorrindo quando me aproximo com a manta que ele me indicou para pegar— Ela mora nos campos, eu a tenho como minha.

—Ela é linda, babe. —Digo encantado por ver o tanto de carinho transbordando de seus olhos. — Você também está com frio, vou pegar uma blusa para você, ok?

Passo meus dedos carinhosamente pelos seus ombros nus, Harry estremeceu com o meu toque, seu pescoço curva-se somente o necessário para me lançar um sorriso caloroso e grato. Não resisto, acabei rompendo nossa curta distância e juntei nossos lábios num beijo longo e molhado.

Nossas línguas encontram-se de forma desleixada, contudo, tão apaixonante quanto da primeira vez. Não demora muito para eu engolir um gemido de Harry, tão profundo que sinto minhas bolas incharem. Eu o quero agora mesmo, meu corpo praticamente implora, mas, juntando toda a minha força, eu selo nossos lábios com longos selinhos ardentes, e logo tratei de afastei-me minimamente para pegar o agasalho.

No momento que me distancio dou de frente com um acessório que eu reconheço de imediato, eu o observo com curiosidade, é muito nítido como está cuidadosamente pendurado na parede, como se fosse um grande troféu.

Não demorou muito para eu recordar que era o boné que Harry estava usando no primeiro dia que eu havia tentado uma possível aproximação, ainda estava lá o significativo furo que a brasa deixou, realmente deve significar algo para ele, pois é nítido a forma como ele zela pelo acessório.

—Eu sinto muito, eu sei que deve ter um valor sentimental para você... —Começo a dizer, porém, parei no instante que reparei o semblante de Harry vacilando, ele mudou drasticamente para uma expressão enigmática.

—É apenas uma recordação, Louis. —É tudo que ele diz antes de voltar a sua atenção novamente a Neve, fiquei mais alguns segundos esperançoso esperando poder descobrir um pouquinho mais sobre aquele acessório, mas Harry deixou bem claro que o assunto estava encerrado quando diz: —Meu casaco está em cima do colchão.

Sua voz firme e áspera, faz-me sair de minha inércia, então começo a seguir o seu comando.

Pegando o casaco nas mãos eu sinto uma forte onda melancólica atingir-me. É verdade, eu ainda tenho tanto de Harry para descobrir, para explorar, para desvendar, que eu mal consigo conter-me. Eu sei que ele só permite que eu o veja superficialmente e, ainda sim, é tão lindo que me deixa embriagado.

Eu não consigo conter o desejo ardente que ferve no meu coração, a vontade iminente de protegê-lo e cuidá-lo já dominou tanto o meu corpo que eu já perdi totalmente o controle, já não faço questão de tentar compreender nem impedir. Eu simplesmente me rendo.

Quando me aproximo novamente, vejo-me ajoelhando-me às suas costas e, com delicadeza, cubro seus ombros com o casaco antes de envolver meus braços por sua cintura o trazendo para se aconchegar a mim. Harry está hesitante, mas logo percebo seus músculos relaxarem, talvez seja porque a Neve se embalou tão confortável na manta e seus olhos ficaram tão pesados que mal suportou mantê-los abertos por mais cinco minutos.

Levo meus dedos delicadamente até o seu tornozelo, Harry pende o pescoço para trás contendo um gemido. Com a outra mão, comecei a acariciar sua pele sensível da garganta, seus olhos aos poucos encontraram com os meus, mais claros e iluminados do que nunca, permito-me me perder loucamente na constelação que é o verde de suas orbes

—O boné era do meu avô, pai da minha mãe... —Harry começa a contar de repente, presto atenção em cada detalhe para não perder nenhum, consigo sentir como ele engoliu em seco cada palavra. Em um instante, o queixo de Harry despenca e o vejo apoiar-se em seu próprio peito, sua voz fica mais distante: — Quando vovô faleceu, meu pai me contou que mamãe começou a usá-lo quando sentia muita falta dele.

—Babe, tudo bem, não precisa...

—Por favor, deixe-me continuar. —Seus olhos voltam-se para mim só para me olharem com uma ternura e carência que faz meu coração desfalecer. — Louis, eu nunca conheci minha mãe, eu ao menos sei como é o cheiro dela, o mais perto que eu cheguei foi através deste boné.

Houve um silêncio, Harry sorriu triste quando seus olhos recaíram para a cachorrinha que dormia tranquilamente enrolada na manta.

—Eu sempre me perguntei como teria sido minha vida se ela ainda estivesse aqui... —Alheio aos pensamentos, Harry correu os dedos trêmulos para acariciar a barriga saliente de Neve, assisto suas lágrimas descerem suavemente por sua bochecha. —Porque a vida me escolheu, Louis? É tudo tão injusto. Eu queria ter ido para ela ter ficado.

Seus olhos lindos, agora repletos por lágrimas, me fitam com muita angústia, é muito mais do que posso suportar, vê-lo sentindo tanta dor, é cruel demais. Imediatamente, guiei um dedo para acariciar seus lábios, no entanto, para minha surpresa, Harry agarra meu pulso e beija suavemente a palma de minha mão.

—Eu não sei pelo que precisou passar para ter chego até aqui, é verdade, eu ao menos sei por quantos demônios precisou lutar para não ter desistido, mas uma coisa eu te asseguro... Eu reconheço o tamanho de sua força, Harry, você é, sem sombra de dúvida, a criatura mais doce que eu conheço e se está aqui, é porque ainda tem um grande propósito para cumprir. —Murmurei suavemente contra seu ouvido, apertando gentilmente meus dedos contra sua cintura.

— Você tem tanta fé, meu bem. — Harry me lança um sorriso tristonho em meio às lágrimas, mas tudo que consigo focar é no apelido carinhoso que saiu de forma tão amável de seus lábios. —Agradeço por suas palavras esperançosas, mesmo eu já sabendo o que me aguarda para o futuro.

Ele diz com tanta tranquilidade e certeza, que isso, subitamente, me espanta. Como alguém pode ter tanta certeza do futuro quando só se tem dezoito anos? Escolho reservar minhas dúvidas para mim, por ora, porque é tudo delicado quando se trata de Harry. Algo queima meu coração, queima tão fortemente, que preciso morder a língua para conter-me. Eu quero entendê-lo, eu quero conhecê-lo, eu quero estar em sua vida por completo, mas sei que preciso dar um passo de cada vez.

—Um adolescente que abandona a escola não tem direito a sonhar tão grande, Loui. —Harry deixou escapar, após um breve silêncio. Meus olhos estão transbordando de empatia, mas Harry finge não perceber, ele apenas dá de ombros e se levanta, afastando-se completamente do meu corpo.

Vejo sua dificuldade, mas ele recusa minha ajuda quando tento ampará-lo. Harry recolhe a louça do nosso jantar e as coloca na pia, ele permanece totalmente distante agora. Quero fazer tantas perguntas, quero começar a entender porque ele precisou desistir tão cedo de seus sonhos, quero lhe dizer que ainda há tempo, ele só tem dezoito anos, ele pode recomeçar de onde parou, eu estou mais do que disposto a apoiá-lo. Ele precisa saber, então sem conter-me, caminho decido até o garoto, cujo, o coração, já me roubou completamente. Estendo uma mão para tocar em seu ombro e quando seu olhar captura o meu, não perco um minuto e começo a dizer:

—Estuda comigo, babe! Não importa onde você tenha parado, eu quero fazer isso com você. —Presencio a boca de Harry se abrir e fechar diversas vezes, ele arregalou os olhos antes de começar a negar com veemência. — Podemos estudar na biblioteca se for melhor para você.

—Louis... É muita gentileza, mas eu dispenso. — Com brutalidade, ele me dá as costas. Suspiro, apoiando meu queixo em seu ombro e minhas mãos em sua cintura.

—Você pode ser o que quiser, anjo...  Você é muito mais do que essas paredes que construiu em torno de si. —Faço o possível para manter minha postura firme quando o vejo com a cabeça curvada e seus soluços começarem a sair timidamente.

—Eu não sei o que dizer, eu preciso de um tempo, tudo bem? —Ele murmurou ainda muito hesitante, porém, sinto um alívio quando assisto um sorriso escapar de seus lábios. 

Harry é apenas um garoto, um garoto tão frágil que tenho medo de quebrá-lo com apenas um movimento, mas, ao mesmo tempo, tão forte, que uma pedra de granizo não seria capaz de perfurar sua superfície. Eu estou disposto a ceder o tempo que for necessário para ele pensar, eu estarei aqui quando ele estiver pronto.

Ele é tudo o que eu quero e preciso!

Harry POV

O nome "Neve" foi eu quem batizei. Ela era cachorra muito branquinha e estava extremamente ferida quando a encontrei, meu coração se angustiou por vê-la se agonizando de dor, ela estava contorcendo-se em uma caixa muito pequena para comportar o seu tamanho. O desgraçado que fez isso com ela, a deixou em frente à minha cabana, depois de tê-la espancando-a e deixado passar fome por dia, eu quase enlouqueci de raiva.

Como alguém foi capaz de fazer isso com um ser inocente?

Lembranças ruins me abraçaram naquele momento, lembranças de minha infância vieram tão forte que eu senti uma dor insuportável no peito. Lembrei-me de um dia em específico onde meu pai descontou um ataque de fúria em mim após voltar bêbedo de um bar. Ele me bateu tanto aquele dia e me disse tantas coisas cruéis que eu nunca vou ser capaz de esquecer, eram coisas como: "Minha Anne se foi por causa de você! Eu sempre soube, desde do início, que seria um grande erro! Ah, eu sinto tantas saudades. Não era para ter sido ela! Você me tirou tudo"

E mais agressões vieram depois.

Na época, eu era muito novo para conseguir defender-me, eu ao menos entendia porque ele me odiava tanto, eu só fui entender melhor quando tomei uma certa idade e amadureci. Foi quando eu comecei a evitar ficar em casa, sempre que eu podia estava na casa de Shawn, eu sentia-me sem pai, antes mesmo de não o perder.

Quando fiquei sabendo de sua morte, no fundo, foi um grande alívio. Acredito, que para Neve, ela também deve ter sentido a mesma dádiva quando foi libertada do sofrimento, ela teve um novo recomeço, assim como eu tive, e agora... Ela está esperando seus filhotinhos, ela está feliz e saudável, ela encontrou o seu lar.

Eu também posso dizer que encontrei meu lar, embora eu ainda esteja a procura da minha felicidade.

Meu corpo está em uma distância segura de Louis, eu estabeleci novamente um muro entre nós. Eu não consigo conter-me quando estou tão perto dele, então faço de tudo para mantê-lo afastado.

Eu sei que ele mal tocou na sopa, então me concentro em preparar um cappuccino cremoso enquanto a noite cai lá fora. A chuva parou de vez, mas o frio só se intensificou. Sinto cheiro de nicotina entrando pela abertura da janela, Loui aproveitou a trégua da chuva para sair um pouquinho. Coloco nossas bebidas em duas canecas e, mesmo com dor, me esforço para caminhar até ele, eu o encontro sentado em um banquinho feito de madeira, ele tem espaço o suficiente para abrigar duas pessoas adultas confortavelmente, é tão agradável ficar ali, que eu acostumo passar horas apenas refletindo e apreciando a vista, é realmente um lugar maravilhoso para quem é solitário.

Neve me segue de perto, lancei um sorriso para ela ao vê-la apressando-se para anunciar a Louis nossa aproximação.

—Ei, você deveria estar descansando. — Louis me censura assim que seus olhos me encontram, eu apenas sorrio e lhe estendo a caneca quando me aproximo, ele a pega de bom agrado e me ajuda a se aconchegar ao seu lado. —Harry, você está mancando.

—Sim, e isso é uma merda. —Confesso dando de ombros, aproveito que agora estou com uma mão livre para acender um cigarro.

Apoio meu ombro com o dele, estamos perigosamente perto outra vez e isso é uma lástima para minha saúde mental. Louis tenta concentrar-se em seu cappuccino e no cigarro, mas eu noto seus olhos desviando com frequência para me analisarem e, todas as vezes que nossos olhares se cruzam, eu estou sem fôlego.

Subitamente, a recordação de sua proposta me preenche novamente, sim, Louis foi muito gentil em oferecer-se a me dar aulas, eu confesso que amaria ter aulas particulares com um professor tão lindo e gostoso como ele, mas, essa aproximação me causaria problemas.

Está óbvio o nosso desejo súbito, está escancarado em nossos olhares a nossa forte atração, não tem como negar o quanto eu quero beijá-lo e ser beijado de volta, então a partir do momento que eu estiver de acordo com as aulas de Louis, eu estarei de acordo com a nossa possível " aproximação" e isso me paralisa.

Acendo mais um cigarro, só para fugir de meus próprios pensamentos, Louis parece fazer o mesmo, ambos não ousamos dizer nada, estamos perdidos, tentando nos encontrar no meio de toda essa confusão. Eu nunca me permiti sonhar, é verdade. Eu nunca me questionei o que eu queria ser quando crescesse.

Shawn sempre soube que se tornaria um grande engenheiro, ele sempre amou construir. E eu? Eu sempre amei o quê? Eu nunca parei para pensar no que realmente desejo fazer.
Eu sempre fui tão ocupado com a minha solidão que por um momento acreditei que não era digno de sonhos, contudo, agora, percebo que, se eu não der um passo por mim, eu nunca vou saber como seria sair do lugar.

—Louis?— Dou o último gole no cappuccino antes de deixar a caneca de lado, aproveitando para apagar meu cigarro no restinho do líquido que sobrou.

—Sim! —Ele já estava completamente voltado para mim, com as duas pernas dobradas em minha direção.

—Como você soube qual carreira seguir? —Vê-lo sorrir tão abertamente, com certeza, me fez sorrir também. Ele se aproximou mais um pouquinho, só para segurar meus dedos e me olhar profundamente nos olhos.

— As letras me escolheram, babe, assim como acontece quando algo que você ama consegue encontrar um caminho até você.

Seus olhos, sob a claridade tão natural da lua, refletia toda a sua paixão por sua tão amada profissão. Naquele momento, eu desejei, com todo o meu coração, sentir a mesma sensação e ter o privilégio de ser escolhido.

—Louis? —Eu o chamei decidido, levei meus dedos, mesmo trêmulos até a lateral de seu rosto e lhe fiz um carinho sutil ali.

—Sim, babe.

—Seja meu professor, por favor, eu quero ser escolhido também.

~~~***~~~

N/a:

Oiiiee, tudo bem anjinhos?

Primeiro, obrigada pelos comentários e pelos votos :D Estou sem palavras, é muito surreal acompanhar o crescimento da fic, é muto gratificante saber que não estou sozinha , aqui é onde eu consigo ser eu mesma, sem reservas, é onde eu consigo desabafar e libertar todos meus pesos, existe um valor imenso. Obrigada, mesmo <3

Espero que tenham gostado deste cap, foi feito com muito amor e carinho. ❤️💚💙

ps:Esse final acabou comigo, confesso. :') rsr'
bjos meus anjos, vejo vocês no próximo, boa semana, se cuidem e não se esqueçam de deixar a opinião de vocês que é sempre muito primordial para mim <3

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