I Need Hope - Capítulo Um.

terça-feira, 27 de maio de 2014 | | |
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Amber p.o.v
“ Piloto ”
15 de maio de 2003 - Mullingar Irlanda -14:40
          
                   Tinha algo na minha cabeça que não me deixava seguir em paz. Talvez seja como aquelas lágrimas eram derramadas para fora de seus olhos, podia sentir como o seu coração estava espremido. Podia ouvir ele me dizendo desesperadamente para ficar. 

- Não vá -sua mão tentava atravessar aquele mental gelado - Por favor Amber

        Fiquei vendo-o até meu pai se perder na trilha. Não consegui olhar para trás sem me sentir triste e com medo, não consegui respirar até me certificar que o meu coração ainda permanecia dentro do meu peito, por que grande parte de mim tinha ficado para trás, e meu coração estava em sua mão estendida agora. Essa era a minha única certeza: Nunca mais veria Niall Horan, nunca mais sentiria seus braços me acolherem. Estava tão triste. 

     Abracei minhas pernas, descansei a cabeça nos meus joelhos enquanto sentia meu pai avançando. Saindo de Mullingar - Irlanda, para Londres- Inglaterra. Me sentia morrendo em cada quilômetro até o aeroporto onde com certeza foi um dos piores momentos. Meu pai abriu a sua carteira, despercebidamente um pedaço de papel velho escorregou pela lateral do pano coligindo perfeitamente com o chão. Ao abaixar-me eu podia com certeza afirma que tudo ao meu redor desapareceu, e eu não pude evitar que lágrimas dominassem meu rosto. Mamãe estava linda, mamãe estava radiante, ela sorria, e o sorriso dela era formidável, aquilo refletia em meu rosto. Levantei-me e corri na direção da porta de vidro. 

    Papai me chamou desesperadamente, eu não me atrevi a parar. Pessoas tentaram me conter, eu as afastei. O gramado estava verdinho, tinha passarinhos cantando, as flores estavam encantadoras, e minhas lágrimas escorriam em uma frequência incrível. Eu segurei o papel até sentir a mesma molhada demais para que eu ainda conseguisse visualizar o seu rosto. Para mamãe não sofrer mais mergulhei a fotografia na água fresquinha, esperei mamãe virar um borrão bonito e legal. Depois, senti uma mão muito forte no meu ombro, virei-me de costas para o mar, olhei para papai com as mãos molhadas e sujas de tintas. 

- O que você está fazendo Amber? -papai estava calmo, embora ele não consiga esconder a sua preocupação, eu sei, o quanto ele entendia. 
-Mamãe nunca mais irá sentir dor- aceitei a mão de meu pai, me coloquei de pé. Abracei a sua cintura assim que consegui me equilibrar- Ela está bem agora, ela nunca mais sofrerá.
-Querida- papai se afastou um pouco para agachar-se a minha altura. Ele fixou as mãos no meu rosto, me mantendo imóvel- Eu amo você- senti seus lábios com delicadeza em minha testa, logo depois seus braços me envolveram fortemente. 

Papai não podia esconder, ele não podia continuar evitando o sentimento de perda. Ele tinha no coração o desejo de seguir em frente, mas ele não sabia o seu caminho, tampouco o que lhe aguardava. 

      Caminhamos lada a lado, seus dedos entrelaçaram com os meus. 

-Somos eu e você - ele murmurou sem dirigir o seu olhar para nenhum ponto fixo - Não sinta medo Amber, não sinta. 

     Eu não sentia. Não sentia. Mas algo em mim me fazia ficar amedrontada, não consegui decifrar como aquela sensação me agitava por dentro, como tudo me sufocava, como tudo parecia escuro de repente.  Fechei meus olhos quando papai me acomodou ao seu lado. Ele passou a mão na lateral do meu rosto, começou a cantar baixinho a canção de ninar que sempre cantava para me acalmar. Eu abracei a sua cintura, ele me cobriu até a cintura com a manta. Meu ouvido colado ao seu peito, eu ouvia as batidas de seu coração: Estava acelerado. Seu braço me protegia de tudo, sua mão me matinha firme, a batia de seu coração me fazia  sentir viva. 

 O avião levantou voo, eu não tive escolhas. A não ser: Partir. 

- 10 anos depois-
23 de setembro de 2013 Londres -Inglaterra - 13:05 PM

          Eu começaria dizendo que tive o meu pior verão, mas não seria muito justo da minha parte. Então prefiro dizer que me sinto horrivelmente bem. Isso pode significar que eu não esteja totalmente bem. 

       Em primeiro lugar meu pai me matriculou em uma escola interna,  eu só o via nos finais de semana, quando me comportava durante a semana - o que era quase impossível, para mim- Meu pai, como todos os sábados pela manha passava lá, ou para me buscar para passar os dois dias meus livres da prisão com ele, ou só para assinar outra advertência, sempre era para assinar as advertências.  O que não o  deixava nada satisfeito. O que me mantinha viva naquele lugar, eram exatamente duas coisas: Meus livros e minhas anotações. Eu sempre procurava dentro do poço algum sinal de esperança, e sempre que encontrava um fiapinho que fosse eu começava a escrever Pra quem eu escrevia? 

Niall Horan, é a resposta.

      Todas manhas de sábado papai passava comigo pelo correio, eu depositava a carta na caixinha e ia embora esperançosa pelo dia que ele me responderia. Criei muitas cenas em minha mente quase o tempo inteiro, imaginava o encontrando novamente, repetia todas as nossas promessas em minha mente em um tempo sem intervalos, depois corria pro andar de cima de casa e encontrava sempre a Morgan e seus filhos tocando piano. Lindsay carregava em seus braços a sua manta, e a matinha envolta de seu corpo quase sempre, e todas as vezes que tentei me aproximar, ela se afastava, eu perguntei para papai qual era o problema dela comigo, ele disse que não havia problema nenhum, mas eu sei, eu sempre soube que existia, sim. Noah era um pouco diferente da irmã, ele era menor, tinha doze anos na época, era um garoto cheio de sonhos frustrado, perdi as contas de quantas vezes já o vi tentando conversar com Morgan, ela sempre dirigia a sua atenção para Lindsay e Sam, Morgan realmente as amava muito, e isso deixava Noah para trás. 

           Ele abandonava o cômodo sempre com os olhos vermelhos e o coração acelerado, batia a porta do quarto e chorava até cair no sono. Ele não era o tipo de garoto que finge ser forte, ele realmente era forte, e isso era o que mantinha vivo naquela casa. Noah sempre teve Sam, Sam sempre teve Noah, e Noah sempre pode contar comigo. Éramos sempre nós três, desde que papai se casou novamente. Morgan,Morgan Lótus. A minha madrasta. Mãe de três filhos com gêneros completamente diferentes.

        Quando tínhamos o fim de semana tranquilo fazíamos algo juntos, programa familiares, sabe? aqueles horríveis.  Lindsay não parava de falar da faculdade, nem um minuto, ela estava estudando publicidade e era o assunto preferido de Morgan e papai, era impressionante ver como meu pai prestava atenção em Lindsay e como Lindsay se orgulhava por isso. Noah geralmente inventava uma desculpa para escapar, e sempre que conseguia esse milagre.. Ele ia ao teatro. Eu o acompanhei em uma madrugada fria, era realmente encantador vê-lo tão feliz ao ver que um dia, seu sonho de atoar podia realmente virar realidade. Sam por sua vez sempre ficava  entre Morgan e meu pai com as mãos dadas, enquanto passam perto do lago cheio de flores lindas e passarinhos encantadores cantando, se você visse de longe, parecia, sem dúvidas, uma família muito feliz. Como disse: Só parecia. 

            Depois da morte de mamãe tudo virou de cabeça pra baixo: Papai se casou novamente, ganhei três meios irmãos. Estou terminando o ensino médio, escrevo todos os dias para o Niall, mas todos os dias passam em vão. Sem função, simplesmente. 
Papai sempre me dizia para nunca perde as esperanças, o que ele não sabia era que eu já tinha perdido ia fazer muito tempo. Agora, sentada ao seu lado no banco da frente de seu carro, ele repetia o sempre repetia quando passava pra me buscar do inferno. 

-Você tem certeza que realmente quer continuar escrevendo essas bobagem para Niall? Você mal sabe se ele ainda continua na Irlanda- ele me olhou pelo canto do olho- Amber, querida, se passaram dez anos, você não parou no tempo. 
-Um dia, algum mês do ano ele vai me responder- digo com a voz cheia de esperança. 
-Você cria muito expectativa - pausou a mão de leve no volante, parando o carro perto do meio fio- Cinco minutos. 
 -Sete? -vire-me para ele fazendo manha- Por favor pai. 
-Tudo bem- suspirou - Vá. 

             Não esperei ele suspirar pesadamente outra vez para sair de seu corro e correr na direção do correio. Alguns funcionários me conheciam, então eles já sabiam pra quem e aonde eu iria enviar a minha 134° carta sem resposta. Adentrei para adiante da porta de vidro com a respiração ofegante, caminhei me acalmando mentalmente até o balcão, aonde a Sra. Brize já me fitava com um sorriso triste. 

-Amber- ela me cumprimentou com um leve piscar de olhos, ainda sim não havia tirado o sorriso triste dos lábios- Suponho que veio.. tentar outra vez?
-Vim sim -puxei a minha mochila alcançando o selo que colaria no lugar certo - Sra. Brize.. eu sei que um dia ele vai me responder, eu sei. 
-É claro que sim querida - disse ela sem animo - Deixe- me ver. 
Ela esquivou um pouco por cima do balcão retirando o envelope com calma da minha mão. Girou ele perto dos olhos, depois me fitou. 
- Amber, você tem certeza que realmente deseja manda-la? Passou.. tanto.. tempo, querida, se ele realmente quisesse continua-la recendendo, ele teria lhe respondido.
-Sra Brize..o que foi? 
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      Eu sabia que algo de muito errado estava acontecendo com ela. Ela torceu os lábios se contorcendo para me dizer o que estava preso em sua garganta, eu pensei em atravessar o balcão e ir até ela mas desistir da ideia quando uma garota um pouco mais velha que eu, aparentava ter 19 anos, apareceu atrás da Sra. Brize segurando uma caixa de papelão suja e molhada, a Sr. Brize rapidamente percebeu a garota, ela ficou pálida, branca, sem cor na mesma hora. 

-O que é isso? - perguntei - Sra. Brize, você está bem?
-Sim, irei ficar bem - garantiu ela.
-O que eu faço com esse monte de lixo? - a garota atrás da Sra. Brize perguntou impaciente- Tem papel aqui dentro de anos,  todos sem respostas, todos escrito a mesma frase no envelope "Sinto sua falta babe" - a garota revirou os olhos- Estou cansada que batam na minha porta me entregando tudo outra vez, como se eu, por um motivo, fosse culpada, por existir alguém que não se cansa de ser ignorada. 

           Olhei para a Sra. Brize e a garota ao mesmo tempo, senti um nó se formando em minha garganta, engoli em seco tentando assimilar. A Sra. Brize virou-se para ela, pegando a caixa danificada de suas mãos, colocou a mesma em cima do balcão e pediu pra que a garota fosse trabalhar. Eu ainda mantinha um contato visual intenso sobre aquela caixa. 

- Sra. Brize.. - ela fez um gesto com o dedo para eu me calar- Eu quero saber o que ela quis dizer com tudo aquilo.
-Amb, ela é nova aqui, certo? ela não se acostumou com o ritmo de tudo - ela deu de ombros- Então, mais uma pro correio? -ela ergueu a carta com um sorriso falso. 
-Sim, eu espero que dessa vez ele me responda - desviei o meu olhar pela primeira vez da caixa. 
-Vai passar o final de semana em casa? -Sra. Brize mudou de assunto.
-Consegui me comportar durante a semana, porque precisava mandar essa carta hoje.. ela é a última - abaixei o meu tom de voz.
-Não gosto desse termo -ela franziu o cenho - Não está pensando em ficar até os fins de semana naquela prisão, está? 
-Hmm.. Talvez sim, Sra. Brize -admiti.
-Não, não - ela rapidamente veio na minha direção deixando de lado a caixa suja e a minha carta - Aquela escola é uma cadeia, você não pode simplesmente se render assim.
-Agradeço a sua preocupação, mas é um assunto que eu realmente não sei lidar- respirei fundo- Está tudo tão estranho, tudo tão.. sei lá. 
-É seu pai, não é? -sua pergunta me pegou desprevenida - Está com saudade de estar com ele, de estar a sós com ele, como quando veio pra cá, como quando não existia Morgan.  
-Ele está tão feliz com ela, com os filhos novos.. que eu realmente não quero atrapalha-lo -ela assentiu - Meu pai está feliz, então pra mim está tudo ok.
-Quando você vai parar de mentir para você mesma?- Perguntou à mim.
-Amber - não precisei olhar para saber que era o meu pai - Sra. Brize. 

         Eles se cumprimentaram brevemente. Brize me deu um abraço apertado e disse que era para mim aproveitar o meu final de semana, eu não sei como ela consegue me dizer isso. Mas assenti e segui com papai até o seu carro. Me surpreendi quando notei a Lindsay encostada no capô, com o celular colado ao ouvido. Ela ria e sorria como uma louca, olhei para meu pai intrigada.

- O que ela  tá fazendo aqui? 
- Ela está com um tempo livre da faculdade -ele sorriu.
-Tempo livre da faculdade -pensei - O.k.
-Qual o problema Amber, você queria passar em algum lugar antes de ir para casa?

         Sim, eu queria passar um tempo sozinha com você, fazer programas que filhos fazem com os pais, programas legais e divertidos. Ficar alguns segundos atirando pedras no lago e fazendo piadas idiotas. Se isso te importa. ARGH!

-Não - consegui dizer- Vamos para casa. 
-Tudo bem. HEI, LIND desça dai  - ela o olhou por cima dos ombros, franziu a testa e deu um pulo para fora do capô - Essa menina é maluca- ele riu.

       Lindsay desligou o celular totalmente de má vontade. Se acomodou no banco de trás, me cumprimentou com um sorriso, eu retribuí. 

- Resolveu se comportar essa semana? ou papai teve que subordinar a diretora para você estar aqui?


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          Pior que o seu tom de voz era ela chamar o meu pai de pai também. 

-Ela precisava mandar a última carta para Niall - meu pai se apressou em responder-
-Niall - ela parou de falar repente- Belo nome, boas recordações. 

           Ela não sabia de nada sobre mim, mas sabia que eu escrevia para Niall, meu melhor amigo da Irlanda, e sabia que tínhamos uma ligação forte, e quando papai resolveu sair de Mullingar para vim pra cá ela sabia que eu tinha passado por um tempo difícil, mas não se preocupava em tocar nesse assunto. 

- o que quer dizer com isso? -vire-me para olha-la melhor. 
-Ele deve ter significado muito pra você,Amb, só isso! 
-Ele ainda significa muito -papai disse me olhando de lado - Está escancarado em sua testa Amber. 
-Ele... ele.. Niall.. sinto que o deixei em meu pior momento.
-Sinto tanto Amber, tanto -  disse Lidsay com sinceridade.
-Tudo bem - menti. 

           Não trocamos mais nenhuma palavra até meu pai estacionar o carro na garagem. Eu sai primeiro indo diretamente até Sam, que  ao me ver pela janela da cozinha veio correndo tropeçando nos próprios pés, me agachei e recebi ela de braços abertos. Ela me abraçou tão forte e isso foi tão reconfortante. 

-Hei pequena -ri. 
-Mamãe disse que você nunca mais iria nós ver -ela se afastou um pouco para me olhar melhor. 
-Mentira -levantei-me sentindo um pouco tonta- Estou aqui, não estou?
-Yeaaah -ela abraçou a minha cintura. 
-Noah? - perguntei ao vê-lo sair com um skate de baixo dos braços. 
Ele mal dirigiu o seu olha para mim, apenas desapareceu pela rua, Sam ainda abraçava minha cintura. 
-Está com fome, Amb? -minha barriga reclamou, sem que eu me desse conta do quanto estava faminta - Venha. 

           Segui com a pequena Sam até a cozinha, onde encontrei a Morgan de frente para a pia, ela estava tentando fazer algo na qual não estava conseguindo e isso a deixava estremante irritada. 

-Ah, Amber -ela limpou as mãos sujas de farinha em seu próprio avental - Que surpresa agradável.
-Surpresa? eu disse ontem que viria - me controlei para não revirar os olhos . 
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-Poxa.. -ela deu um tapa na própria testa- Esqueci. 
-O que está tentando fazer? -resolvi mudar de assunto, não quero estragar o meu final de semana. 
-Ah... cupcakes - ela revirou os olhos- Eles não querem sair de jeito nenhum. 
-Posso dá uma olhada? 
-Claro, só não.. venha logo. 
               
            Ela se afastou do balcão da pia para que eu pudesse vê-los. Primeiramente apenas vi uma forma de plástico totalmente suja de chocolate derretido, depois uma montanha de farinha de trigo abandonada, mas pra frente cascas de ovos totalmente com gema e clara, leite derramado em cima das plataformas.

- Estou com tanta vontade de come-los - disse Sam tentando subir na pia, mas eu a segurei antes que ela pudesse cair- Ah. 
-E você vai come-los querida Sam, só me dei alguns segundinhos. 
-SÉRIO? -a garotinha de seis anos praticamente berrou, eu tampei os ouvidos rindo. 

-Claro, Sam, a mamãe vai prepara-los - disse Morgan me empurrando fora do alcance -Por que você Amber, não sobe para tomar um banho? tá precisando! 
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       Ela me analisou. Eu puxei a barra da minha blusa para sentir o meu cheiro e não senti nada de errado. 

-Estou bem, obrigada - sorri - Eu posso preparar os cupcakes sem problema nenhum, você pode perguntar para o Noah o que ele fez hoje e tentar se preocupar um pouco com ele. Afinal ele é seu filho né? então acho justo você fazer papel de mamãe com ele também.

        Morgan arqueou as sobrancelhas com um olhar terrível, eu dei de ombros e comecei a ajeitar os ingredientes para preparar os cupcakes para a Sam.

-Você está proibida de falar assim comigo -ela me puxou com força para a sua direção.
- Você nunca vai ser a minha mãe, Morgan, nunca. Então pare de agir como se fosse - revirei os olhos. 

      Ela soltou a mão do meu ombro quando Sam resmungou baixinho. Ela pegou a menina no colo e saiu da cozinha me deixando sozinha. Dei de ombros e tratei de começar a fazer os cupcakes da Sam. 

[...]

             Subi para o meu quarto para tomar um banho quando os cupcakes assavam no forno. Deixei a minha bolsa na lateral da parede e fui direto para o chuveiro. Vesti um moletom e desci quando senti cheiro de cupcakes. Mas dei de cara com meu pai assistindo tv. 

-Precisamos conversar- foi o que ele disse. 
-Desculpe, pai, mas agora preciso checar os cupackes, quem sabe mais tarde? 
-Não vira as costas para mim - ele levantou rápido do sofá e veio até a mim com um olhar sério - Ouviu?
-Você não pode dizer isso - consegui dizer- Você não pode me pedir algo que está fazendo exatamente igual - mantive o nosso contato visual - Você virou as costas, faz tempo.
-Não diga bobagem, Amber, não diga.
-Não estou dizendo papai -ele desviou o olhar - Estou dizendo a verdade.

           A fumaça preta estava saindo do forno, e isso foi um motivo para meu pai se calar. Eu fui até o fogão peguei um pano úmido e tirei de dentro do forno os cupcakes, estavam bem assados, e torrados na lateral, suspirei pesadamente e coloquei a forma em cima da pia, tirei um de cada vez um tanto frustrada. Senti alguém ao meu lado,e logo em seguida senti um calor no meu braço, olhei pelo canto e vi que se tratava de papai e uma panela quente de brigadeiro. 

-Você não precisa fazer isso.. err, me ajudar. 
-Ssshhh -sorriu. 
Papai, colocou a panela ao meu lado, e juntos começamos a decorar o doce, fiquei em silencio mas tinha algo que não me deixava mais calada. 
-Você a ama? - perguntei virando um pouco em sua direção - Você realmente a ama?
- Do que está falando? 
-Você ama Morgan? - papai soltou a colher de seus dedos com calma, respirou fundo e me olhou nos olhos. 
-Eu a amo, eu a amo muito -seu tom era sincero, isso me deixou sem chão.
-E mamãe? e tudo que passamos juntos? como você pode esquece-la assim? -meus olhos pesaram - Como?
-Amber, mamãe foi uma mulher incrível, ela me me deixou o melhor presente que eu poderia ter ganhado, ela me deixou você! e você é tudo para mim. Ela também deixou algumas promessas, que eu jurei cumpri-las, e uma delas era me casar novamente como uma mulher que tivesse filhos, que pudessem se enturmarem com você, que  pudessem serem os irmãos que ela nunca pode te dar um dia.  Era isso que eu tinha em mente. Você completar o ensino médio em uma escola bacana, se formar, e ir atrás da sua felicidade. Ter meu apoio e o apoio de uma mãe, de irmãos, de uma família. 
-Você realmente queria que eu tivesse uma família quando resolveu sair de Mullingar, para vir pra cá? Você se esqueceu que me colocando em uma escola interna..
-Não iria me fazer cumprir o meu juramento com a sua mãe- ele me interrompeu sacudindo a cabeça - Mas era o melhor, Amber. Eu não queria que você visse como era nítido o meu sofrimento por vê-la escrevendo todas as noites para Niall, sem obter sinal nenhum,  por vê-la todas as noites chorando por ter se afastado de tudo que um dia você amou, por ter perdido a sua mãe. 
-Isso não resolveu nada - revirou os olhos- Você só queria me ver longe para poder seguir em frente, não queria que eu interferisse o seu casamento, porque sabia que eu demoraria um tempo para aceitar. 
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-Eu pensei que você se importaria em me ver feliz e seguindo em frente, cumprindo o desejo da sua mãe. 
-Eu não sei mais com o que eu me importo. - admiti.
-Morgan se importa com você como se importa com Lind, Sam e Noah, só dê a ela uma chance, ok? Ela apenas quer a sua amizade, ela sabe o quanto você sente.
-Ela mal sabe que Noah é filho dela - balancei a cabeça.
-Não diga isso novamente -ele deu um passo em minha direção - Ela o ama com a mesma intensidade, só precisa demostrar. 
-Demostrar- refleti - Isso é uma beleza - ironizei. 
-Sem essa, Amb - meu pai se mexeu nervosamente.
-Posso saber o que mais mamãe o fez prometer?  - perguntei por fim. 
-Um dia, você vai descobr...
-Amber - ouvi a voz doce de Sam  na ponta da cozinha - Está com um cheiro ótimo. 

             Olhei para papai com ansiedade, ele apenas sussurrou " Ela precisa de você'' com um sorriso olhou para Sam que estava linda em um vestidinho rosa de seda. Eu sacudi a cabeça e fui até ela, coloquei ela sentada em uma cadeira um pouco alta e comecei a terminar os cupackes, agora sozinha com os meus pensamentos.

              Sam comeu até sentir a barriga cheia, ela tinha a boca toda manchada de chocolate e ria feliz da vida. Eu me servi de alguns e fui até a sala com ela. Coloquei um filme para assistirmos juntas, e assim que o mesmo estava quase terminando a Sam já estava dormindo. Levei ela até o seu quarto, deitei ela na cama e a cobri, depositei um beijo em sua testa e justamente quando estava descendo as escadas ouço um barulho diferente vindo da sala, terminei de descer os últimos degraus com calma e olhando de canteiro pude ver Noah e uma garota, sem dúvida eu  a conhecia,  pelo seu comportamento eu sabia que ela era amiga da Lindsay e sabia muito bem o que ela veio fazer aqui.   

-Noah - surgi com um sorriso fraco. 
-Amber -ele levantou do sofá e veio em minha direção deixando a garota de lado- Desculpe por hoje mais cedo, eu estava tão.. tão com a cabeça quente.
-E resolveu fingir não me ver? - supus. 
-Esquece, vem cá. 

    Noah me abraçou forte, e pelo seus ombros vi a garota revirar os olhos, ela suspirou e se levantou subindo as escadas na direção do quarto da Lindsay. 

-Obrigado por me salvar, te devo uma - ele sussurrou em meu ouvido.
-Ela realmente não desiste de você. 

             May! o nome da melhor amiga de Lind. A mesma que de alguma maneira, é louca pelo Noah, o que não me deixa a vontade, porque ela apenas quer usa-lo, isso é tão notório que Noah não percebe, acha apenas que ela é uma boa amiga de foda. Sacudi a cabeça e Noah me contou exatamente tudo que aconteceu nessa semana por aqui, não me surpreendi quando ele disse que Lindsay estava saindo com outro cara, mas surpreendi quando ele disse que esse namorado novo dela iria nos visitar, isso nunca acontece. 

-Ele é uma cara bacana e gosta muito dela - ele disse cansado - Como todos falam.
-Talvez, ele realmente esteja apaixonado por ela.
-Duvido muito, mas tem um problema,, ela está. Ela está completamente apaixonada por ele.
-Deve ser só mais uma crise de solidão dele. Isso passa na próxima transa dela, nem adianta se preocupar. - pisquei. 
-Vou tentar.

         Noah assentiu com um sorriso qualquer. Ficamos mais um pouco ali até resolvermos sair.. para onde sempre iríamos nas noites frias, para fora de toda a realidade, para dentro de um recanto feliz: Nossos sonhos.
-CONTINUA-
Hei pessoas trago mais uma fic para você, como podem ver é bem diferente do que são acostumadas aqui no blog, resolvi mudar, espero que dê certo. Bom, eu vou postar diariamente, como antigamente, sinto falta daqui, de vocs, enfim, posso dizer que estou de volta, não sei se vou ficar, mas por ora, estou aqui (:  
 Rick, sendo Rick hshs
Beijosssss <3

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