Change Memories - Capitulo 26

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014 | | |

-Maneiras de sobreviver (parte 01)-


SeuNome P.O.V'S
             A água gelada ainda escorria pelo meu corpo quando Harry me desabraçou para poder me olhar nos olhos. Eu estava um pouco envergonhosa pela maneira que me encontrava. confesso que nunca me vi assim antes, nem mesmo depois de ter presenciado a primeira crise da Miranda. Eu me lembro que tinha exatamente onze anos na época, estava fazendo pequenas anotações no meu bloco colorido de pequenas folhas velhas, quando a porta do nosso quarto se arrastou, eu rapidamente corri até lá, e a segurei antes que ela pudesse bater a cabeça com força no chão, ela segurava uma lâmina nas mãos, estava coberta de sangue, eu não conseguia entender o que isso significava, porque eu nunca tinha visto isso antes. Eu a segurei com cuidado para não machuca-la, caminhei com ela até a minha cama, ela gemia e chorava muito, seus pulsos sangravam tão depressa que eu pensei que ela iria me deixar isso partiu o meu coração ao meio. Comecei a chorar muito. Algo me disse que eu precisava ajuda-la, então corri até a minha gaveta, puxei uma blusa pequena, me sentei ao seu lado, puxei seu pulso machucado com calma, passei o pano envolta, fiz um nó firme, depois olhei para a Miranda. Ela estava com a cabeça baixa, olhando fixo para o sangue e a lâmina no chão. O sangue travessava para fora do pano, Miranda caiu de lado na cama, seu braço ferido balançando, ele estava com uma cor estranha, pensei que seria o nó que tinha dado, só que mais tarde eu descobri que não era isso. A Miranda fazia isso para se sentir melhor, eu nunca pensei que iria sofrer tanto depois que descobri seus motivos,  me lembro de ter me sentindo a pior pessoa do mundo, não suportava vê-la sofrendo calada assim, era de cortar o meu coração.  Após alguns dias eu peguei ela fazendo isso de novo, ela me tirou para fora do banheiro e no corredor me fez prometer que eu não contaria a mamãe ela disse que isso a machucaria muito , eu assenti calada, e nunca me ousei pensar nisso novamente. O problema que eu não conseguia esquecer, estava na minha mente e, continuaria para sempre. Me sentia culpada por não saber como ajuda-la. 

Harry: Isso não foi culpa sua - A sua voz mansa me fez despertar do meu devaneios.
Eu: .. ahn - sacudi a cabeça me sentindo enjoada. 
Harry: Você não pode se culpar -ele jogou uma mecha curta do meu cabelo para trás, fixou as mãos de leve na minha nuca- Esse lance de estarmos aqui e tal. 
Eu: Ah - respirei com dificuldade.
Harry: Estava tão distante - ele me olhou preocupado, passou seus dedos com calma em torno do meu rosto- Você não pode ficar aqui nessa água fria para sempre. 
Eu: Tudo bem - eu pisquei meus olhos- Eu vou me arrumar, depois eu vou esperar o sinos tocarem esse é único jeito de sair daqui. Confia em mim. 
Harry: Você não está pensando em ahn.. -eu o interrompi levando meu dedo indicador ao seus lábios em um pedido de silencio.
Eu: Shh, as paredes tem ouvidos e são mais espertas do que pensamentos. 
Harry: Isso é loucura- pela primeira vez  ele desviou o olhar do meu, eu respirei fundo. 
Eu: Deixe-me provar que é uma loucura sabia? - ele me olhou no mesmo instante, com a testa franzida, eu me esquivei nas pontas do pés e consegui alcançar seus lábios, o beijei com suavidade, ele de inicio não fez menção em me acompanhar, mas eu o entendia perfeitamente, então não forcei a barra. Eu o selei, ele deslizou as mãos até a minha cintura nua, ficou com a mão presa lá por um tempo sem trocar uma palavra comigo. 
Harry: Eu não suportaria ver isso, na boa - ele fechou os olhos- É muito para mim. 
Eu: Esse é o único jeito de pelo menos trocar algumas palavras com aquela argh - parei no meio da frase depois que senti que tinha levado tipo de um soco na boca do estômago, me curvei um pouco vendo o piso a minha frente girando, senti as mãos de Harry no meu corpo, ele me perguntava se estava tudo bem, seu tom era rápido, eu pressionei os olhos incapaz de me mover, apertei a minha barriga com força. 
Harry: É a segunda pontada que você sente não é? Você precisa de um médico -ele me abraçou por trás, fazendo um choque percorrer pela a minha veia chegando até a minha cabeça como uma picada de alfinete, fino e agoniante. É a mesma dor que eu senti ao ver o Zac ao lado da Miranda na casa do Liam, é a mesma dor que eu senti ao ver a Miranda morta no meu pesadelo, é a mesma dor que está me deixando fraca agora. Como poderia me mover se continuasse com essas crises? Precisei reunir todas as minhas forças para não desistir- Venha, eu vou te tirar daqui nem que seja a última coisa que eu faça.  

              Ele me ajudou a andar até a pia, ele me ajudou a trocar de roupa, eu encostei a minha cabeça na parede, olhei para o teto e vi ele aberto, sem mentira. Eu pude ver o céu lá fora, ele estava nublado, tinha poucas nuvens e algumas eram pretas. Depois eu vi a minha frente algumas fotografias, eram antigas, algumas até amareladas, mais a frente eu vi uma mulher, ela estava chorando muito, ela estava deitada em uma cama com lençóis brancos e bem cuidados, do seu lado havia dois bebes em lugares diferente, em um canto  duas crianças espremidas  em um espacio curto, eles olhavam de longe era muito sinistro. Fechei meus olhos tentando fugir dessas imagens mas tudo que eu vi foi uma boate, tinha música, tinha pessoas, tinha bebidas, tinha uma tela logo atrás, tinha um ferro bem no meio, tinha várias pessoas eufóricas. Eu sentia o meu corpo tremer, estava sentindo que se não parasse de pensar iria ficar maluca, afundei o meu rosto nas minhas mãos abertas e comecei a chorar, me senti desesperada, me lembrei do meu sonho novamente e me senti amassando aquela terra entre meus dedos finos. Ouvi algumas vozes ao meu redor, eu sacudi a cabeça e fui direto na direção daquele pano que Theo deixou em cima daquele sofá velho, eu o arrastei até a banheiro, a Stefany me acompanhou com os olhos. Ela me seguiu até o banheiro. Eu a olhei assim que fechei a porta. Vi o Harry se sentar no sofá com a respiração ofegante, ele olhou para o Louis pálido, o Louis colocou os braços em cima do ombro dele e começou a dizer algumas coisa que eu não entendi, porque já havia fechado a porta.

Eu: O.k, você acha que consegue vestir esses pedaços de pano e me acompanhar? 
Stefany: Você está pensando seriamente entrar nesse joguinho sujo dela? -ela me olhou sem entender, eu balancei a cabeça em concordância pronta para as próximas mil perguntas a seguir. - O.k, você ficou realmente maluca. 
Eu: Eu sei, eu também estou vendo coisas, sabe? Eu não sei o que elas querem dizer, mas eu estou sentindo que o Brad aparece para mim como um fantasma, depois eu fecho os olhos e vejo a minha mãe em uma cama chorando, depois a Miranda em um canto do lado do Zac- ela me olhou de um jeito doentio- Eu não sei o que está acontecendo, eu só preciso saber se você virá comigo, porque eu preciso me apressar.  
Stefany: -ela desviou o olhar para o box velho do banheiro, depois me olhou- À quanto tempo você começou com essas alucinações?
Eu: Ahn, três dias.. eu acho. 
Stefany: Você pode estar certa. - posso? 
Eu: Então.. - ela respirou fundo e abriu a sacola vasculhando as peças de lingerie. 
Stefany: Não me pergunte duas vezes, grr. 

            Eu sorri fraco depois parei de sorrir porque senti outra pontada. Tinha uma peruca loira com cabelos cacheados, tinha o nome da Stefany, ela me olhou por cima dos cílios, eu? Só balancei a cabeça e entreguei para ela a tesoura, ela não disse nada, só pressionou os olhos e foi cortando algumas mechas de seu cabelo, eu não queria olha-la enquanto ela fazia isso, porque me doía muito. Me virei de costas e comecei a por aquelas roupas intimas, eu peguei a que tinha o meu nome, era um sutiã com o tom vermelho, tinha babados transparentes, a baixo tinha laços  o que eu achei muito estranho. A calcinha era pequena, envolta tinha corações desenhados com flechas o partindo ao meio. Como um coração partido, como o meu coração partido. A Stefany secou algumas lágrimas do canto de seus olhos, colocou a peruca loira com cachinhos, vestiu a sua lingerie que era preta, muito mais transparente que a minha, eu podia sentir que isso era difícil para ela, ela parecia se lembrar de algo ,enquanto vestia a mesma, ela chorava muito, eu respirei fundo e coloquei as mãos em seus ombros. Mas ela não reagiu, limpou o rosto com força e balançou a cabeça, eu sei que ela esconde algo por trás, é algo que a Brianna, Louis e a Jaminei sabem, ela não quer se abrir, porque eu imagino que seja um assunto delicado. Eu a respeito. Ela se abaixou e começou a passar o lápis a baixo dos olhos. 

Eu: Obrigada por confiar em mim -ela não me olhou, apenas voltou a passar o lápis - Isso significa muito para mim, saber que alguém acredita nas minhas alucinações estranhas.  
Stefany: Você não sabe nada sobre ter um amigo, não é? - seu olhar se encontrou com o meu pelo reflexo do espelho - Você já teve amigos no Brasil?
Eu: Amigos? -eu sacudi a cabeça - Não sei se eu posso pensar assim sobre as poucas pessoas que conversava lá no Brasil, mas lembro que eu sempre considerei muito eles, mas quando.. quando eu realmente precisei.. eles não estavam mais lá para apertarem a minha mão e dizer que estavam comigo - eu abaixei meu olhar- Era incrível como eles não notavam como eu me sentia. Era sempre a mesma rotina: Eu sorria o dia todo, fazia eles rirem de piadas sem graças que contava só para poder parecer uma idiota e arrancar deles um sorriso sincero e algumas vezes até um riso feliz, mas eles nunca me perguntavam como eu me sentia verdadeiramente, como eu me sentia quando estava com os meus fones de ouvido no último volume lendo o meu livro de ficção, eles nunca sentaram ao meu lado quando eu chorei sozinha no corredor, eles passaram do meu lado e me ignoraram, eu me senti muito triste porque pensei que eles realmente se importavam em saber como me sentia, mas isso era apenas uma coisa que eu formei em minha mente. Eles nunca estiveram realmente interessados em saber como eu realmente era por dentro. Minha mãe tinha razão, eu não deveria ter  ficado tão ansiosa em crescer, porque não é tão bom, quanto as crianças pensam por ai.
Stefany: Por isso ficou na defensiva quando nós aproximamos, tinha medo de caminhar sozinha, por isso está decidida ir até o fim, porque sente que deve isso à todos nós -eu abaixei a minha cabeça, e assenti - Olha SeuNome, não importa o que acontecer, sempre iremos chamar o perigo e é isso que nos mantem unidos, porque gostamos disso, e isso nos chama e nos caminhamos na direção. Somos uma equipe, e me desculpe por aquela noite, eu não sabia como isso a magoou, como isso feriu seus sentimentos, as vezes eu erro pensando que posso fazer tudo se encaixar mas a verdade que não! eu sou apenas uma adolescente de 16 anos buscando um caminho, uma direção, eu não deveria ter..
Eu: Eu não quero me lembrar daquela noite -eu a interrompi - Não temos muito tempo. Precisamos sair daqui, lembra?
Stefany: Certo. - ela deu um meio sorriso triste e isso foi tudo até então.

             Tivemos uma pequena surpresa quando saímos do banheiro.. os meninos não estavam sentados no sofá  como antes, eles  não estavam mais dentro do quarto, eu varri o local com os olhos e avistei a porta aberta, bem na borda havia um papel jogado, eu me abaixei para pega-lo e li a seguinte frase. 
" Siga seus instintos de vadias curiosas. Cuidado com o que iram encontrar. É recomendável que cheguem antes do grande show começar. Olhem para onde pisam, esse mesmo piso pode ser o mesmo  que iram pisar mais tarde no inferno, ou mais cedo, vocês decidem" 
              Eu olhei para a Stefany no mesmo instante. Tinha duas conclusões na minha mente. A primeira? Não estamos sozinhas, a segunda? Ela está começando a me tirar do sério, mas tinha uma outra terceira martelando lá dentro do meu inconsciente... e se não for realmente ela? Uma coisa é certa.. A Jaminei não conseguiria fazer tudo isso sozinha, tá. Mesmo o pai dela sendo rico e tal, mas isso não seria tudo, ou seria? Apesar que o dinheiro compra muitas coisa mas eu não acredito que ele consiga comprar o caráter de uma pessoa, por mais sem sentimentos como a Jaminei. Isso não faz sentindo dentro de mim. O fato é.. Tem um corredor enorme a minha frente, existe milhares de portas também, e se a Miranda estiver aqui? E se os meninos também? Amassei aquele papel e apertei o roupão que cobria o meu corpo. Eu não posso continuar com tudo isso. Levantei o meu olhar meio sem quer para a janela de vidro acima de mim, vi um vulto escuro passar do outro lado. 

Eu: Stefany tem alguém do outro lado - ela me olhou como se fosse óbvio, então eu balancei a cabeça- Do outro lado desta janela. 
Stefany: Obviamente outro cara de máscara com roupa preta pronto para nós matarem.
Eu: E se esse cara tivesse cabelo loiro espetado, olhos azuis e bochechas fofas? -eu levantei as minhas sobrancelhas para ela com um meio sorriso. 
Stefany: Não, não pode ser. 
Eu: Yeah, pode ser. 

              Ela me olhou intrigada, então em caminhei até o sofá, empurrei aquele troço até a beirada da porta, olhei para o corredor e ele estava vazio, tinha uma porta enorme de madeira lá na ponta mas ela parecia intacta. Então a Stefany me ajudou  a arrastar aquilo até a porta, eu subi encima do mesmo e comecei a bater no vidro, ouvi um suspiro depois um ruído de alguma coisa sedendo e em questão de segundos senti alguém me puxar para cima, eu arregalei meus olhos quando vi que se tratava de um pequeno espacio dentro do forro daquele lugar, sim uma pequena trilha de pó, estava escurido e eu só conseguia ouvir uma respiração familiar. Logo distinguir que era mesmo o Niall, ele estava com um pacote de batatinhas nas mãos, não conseguia ver o seu rosto, mas sabia que era ele, porque o meu coração sentiu isso. Eu o abracei de lado com todas as minhas forças, mas recuei quando senti que a Stefany estava praticamente deitada em seu colo, eles estavam se beijando? Droga de iluminação. 

Eu: O.k. Cadê o Harry e o Louis - Niall parecia mais perto de mim, então vasculhou seus bolso e tirou de lá a sua lanterna, como era bom vê-lo, eu sorri - Como você err.. ahn, consegui.
Niall: Eu chamaria de conexão direta mas isso iria parecer muita doideira- eu assenti ainda com um sorriso idiota.
Eu: Você ainda não me respondeu.. cadê o Harry e Lou -ele abaixou os olhos no mesmo instante, deduzi que. 
Niall: Sinto muito, passar por esse forro não foi uma tarefa tão fácil ainda mais quando a Eduarda começou a chorar na metade do caminho e teve que voltar- a Stefany entendeu o que o Niall quis dizer, já eu? Fiquei boando mais do que uma boia perdida em um mar. 
Eu: Tudo bem, você se arriscou muito vindo até aqui -ele voltou a olhar para a Stefany, e para as nossas roupas - Longa história. 
Niall: Entendo -ele sussurrou um pouco com tristeza - É melhor vocês se acalmarem aqui, eu irei descer e achar eles, se eu não voltar em uma hor..
Stefany: Nada disso -ela o interrompeu- Ou vamos tod.

             Justo nessa hora ouvi  o sofá se arrastar, e bem calmamente alguém passar por entre o quarto, ouvi algo sendo coligido com força no chão e depois alguém bufou forte. É, não temos muito tempo assim. Precisamos encontrar maneiras para sobrevivermos até o fim.

CONTINUA..
Heeeey  gatinhas. Bom, obrigada por tarem acompanhando a fic, e desculpem um pouco pela a demora, certo? Então, estou divulgando todos os blogs que me mandarem AQUI nessa parte do blog, então é só lá que eu farei as divulgações, o.k? Vejo vocês no próximo cap. BEIJOS  no coração de vocês. Até e se cuidem <3

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